terça-feira, 22 de novembro de 2011

Agricultura

1. A importância da agricultura no Brasil

A agricultura é um setor econômico que influencia de forma muito significativa no desenvolvimento do Brasil.

Seus objetivos principais são:

- aprovisionar os habitantes das cidades

- conceber excedentes para a exportação

- gerar matérias-primas para fabricar álcool, e combustível alternativo brasileiro, e para favorecer as indústrias.


Parte da economia brasileira depende da agricultura, pois este é um setor que gera empregos para 22% da população ativa*, 20% das exportações são de produtos agrícolas, 12 do PIB (Produto Interno Brasileiro) são representados pela agricultura.

Apesar de o Brasil possuir ótimas condições, desde o clima até o solo, não chega ser um país auto-suficiente, produtos como, por exemplo, o trigo, que é proveniente de países estrangeiros, para ser cultivado no Brasil, possui um valor muito elevado, além disso, muitos produtos são produzidos exageradamente para atender a demanda externa, e toda essa situação exige muito investimento.


O trigo é um dos produtos mais caros que é importado para o Brasil.

*População economicamente ativa representa todas aquelas pessoas acima de 10 anos que estão dispostos a vender o seu trabalho.


                             Agricultura e os fatores naturais

Clima

As condições climáticas é um dos fatores de maior relevância na agricultura. A variedade dos produtos agrícolas ocorre graças aos diversos tipos climáticos brasileiros:
- Equatorial
- Tropical
- Tropical de Altitude
- Sub-Tropical
- Semi-árido 

Os produtos de clima tropical são os mais produzidos pelo Brasil, uma vez que é um país tropical. Dentre os principais produtos tropicais podemos citar o cacau, café, cana-de-açúcar e algodão.

A grande produção agrícola do Hemisfério Sul faz com que a sua época de colheita e a entressafra do comércio do Hemisfério Norte ocorram simultaneamente.

Solo

O solo é constituído através da decomposição das rochas, processo que ocorre pela ação da água das chuvas e dos rios. Além disso, alguns organismos vivos que vivem no solo, também realizam atividades favoráveis para o mesmo, pois eles produzem a matéria orgânica, que são restos de animais e vegetais mortos. E o acumulo deste material sobre o solo torna-o mais fértil, pois ele terá uma grande quantidade de nutrientes para o desenvolvimento das plantas.

O processo que transforma a rocha em solo é denominado pedogênese, e ele não é tão simples quanto parece, pois é preciso que vários fatores estejam em perfeitas condições, como o clima e o tipo de rocha.

Portanto, para favorecer a agricultura, o solo deve apresentar boas condições.

A importância do solo para os seres vivos é tão grande quanto a importância da água e do ar.

Quando um solo é destruído, dificilmente ele voltará ás suas condições normais, e nem sua fertilidade será recuperada. Infelizmente, ainda não há nenhum tipo de recurso que produza solos para substituir os perdidos.

No Brasil, há diversos tipos de solos agrícolas, os mais férteis são os chamados Massapê e Terras-Roxas que prevalecem em grandes áreas do país.

• Massapê

É resultado da decomposição do Granito, Gnaisse, e Calcário. É encontrado na região Nordeste, e está relacionado com a plantação de cana-de-açúcar desta região desde o período da colonização.
Apresenta-se por uma cor escura, e é um dos solos brasileiros que possui a maior fertilidade.

• Terra Roxa

Assim como o Massapê, a Terra Roxa também é um solo bastante fértil, de cor avermelhada. É resultado da decomposição do Diabásio e Basalto.
É encontrado principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso.
Desde quando café chegou ao Brasil, este solo foi utilizado pra o seu cultivo.

• Solo de Várzea

São solos que se localizam próximos de rios, e frequentemente são inundados por eles, por isso é necessário que sempre seja feito uma drenagem, para filtrar os excessos de água. O arroz é cultivado neste tipo de solo.






1. Problemas do Solo 

A erosão, a lixiviação e a laterização são os principais problemas que afetam o solo e prejudicam a sua fertilidade.

Todos estes problemas estão relacionados com as práticas inoportunas na agricultura e com o clima quente e úmido.

Já existem alguns métodos para prevenir essas destruições de solo, as principais medidas são conhecidas como: adubação, rotação de culturas, arar o solo, irrigação, drenagem.

Erosão: é a devastação do solo por meio do seu deslocamento. Pode ser ocasionado por fenômenos naturais, como a chuva, e até mesmo pela ação do homem.

A chuva provoca a erosão, pois a grande quantidade de água infiltrada no solo, tira a sua estabilidade, levando ao deslocamento. Além da chuva, outras ações da natureza podem ocasionar a erosão, como o vento, vulcões e alterações climáticas.

O homem provoca a erosão do solo quando retira sua superfície vegetal para a prática agrícola, e deixando o mesmo aberto, livre para as infiltrações de água. A mineração também é uma ação que provoca a erosão, pois os solos vizinhos da região escavada irão poderá ser privados de sua estabilidade.

Laterização: ocorre com a formação da camada ferruginosa que se forma com o aumento significante de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio no solo. Esta camada prejudica a fertilidade do solo e as práticas agrícolas.

Lixiviação: nas regiões tropicais úmidas, ocorre a lavagem da superfície do solo, e os nutrientes que se encontram nesta parte são arrastados, acabando com a sua fertilidade.

* Somente em São Paulo Fonte: Instituto de Economia Agrícola

2. O combate aos Problemas dos Solos

Veja agora as técnicas que foram criadas para evitar a erosão:

- Adubação: é um processo que retifica as imperfeições do solo, fornecendo adubos ou fertilizantes que foram removidos na colheita.

- Rotação de culturas: este processo consiste na aplicação de adubo intercalando com o cultivo de novas espécies vegetais.

- Curvas de Nível: é o processo conhecido por arar o solo, que revolve a terra, arejando o solo, tornando-o mais permeável.

-Terraceamento: este processo se baseia na formação de degraus nas encostas das montanhas e de morros, que são denominados terraços. Estes retêm a água, e diminuem as possibilidades de erosão.

- Associação de culturas: protegem-se fileiras de produtos agrícolas cultivando plantas leguminosas que recobre o terreno, conservando a nutrição do solo.

- Calagem: consiste na aplicação de alcalinizantes em solos com pH ácido, para garantir a melhoria das práticas agrícolas.

- Reflorestamento: este processo consiste em recompor a cobertura vegetal, protegendo a superfície humífera.

FonteIBGE – Anuário Estatístico do Brasil 1992



Fonte: IBGE – Anuário Estatístico do Brasil 1992

A erosão é um dos principais fatores que contribuem para a degradação do solo, além deste fator há outros também muito preocupantes como a contaminação do solo pelo uso de agrotóxicos, entre outros.

A erosão e a degradação do solo têm uma propensão muito variável, e os fatores determinantes estão relacionados com o uso de agroquímicos, uso inadequado de técnicas agrícolas, tipo de cultura, espaços entre as plantas, inclinação do terreno, destruição da cobertura vegetal, entre outros fatores.

As taxas de ocorrência de erosão só vêm aumentando, aproximadamente 6 milhões de hectares do mundo todo tornam-se inférteis anualmente.

Em relação ao volume do solo brasileiro, varia de 200 milhões à 1 bilhão de toneladas prejudicadas pela erosão.

Fonte:

Como você pode perceber na tabela acima, a degradação do solo é maior nas regiões de monoculturas de feijão e milho e menor onde estes dois grãos são plantados juntos. Isso prova que as medidas tomadas durante o cultivo podem interferir na degradação do solo.

Outra prática agrícola que também contribui para a degradação do meio ambiente são as queimadas. Trata-se de uma técnica usada para renovar as pastagens, retirando toda a vegetação natural da região e inserindo campos de cultivo.



Recursos Hídricos 

O processo de degradação que ocorre com a água e o solo é conseqüência de qualquer alteração ecológica, climática, ou pelas técnicas agrícolas impróprias.

Mundialmente, a degradação da água é o principal fator que interfere na produção agrícola. Segundo as pesquisas realizadas pela FAO, cerca de 600 milhões de hectares cultiváveis estão limitados pela falta de água.

Veja no quadro abaixo as principais causas e conseqüências das práticas agrícolas relacionados com os recursos hídricos:
Causa
Conseqüências
Falta de preservação do solo
Poluição da água
Imprudência no uso de agroquímicos
Modificações em ciclos hidrológicos
Retirada da superfície vegetal em solos cultiváveis
Escassez de água


A irrigação é uma prática agrícola muito importante para a agricultura, pois aumenta bastante a sua produtividade agrícola, porém as técnicas mais modernas causam a degradação do meio ambiente. Veja algumas conseqüências:

- O solo fica encharcado e afrouxado, e muita quantidade de água nas raízes impede a sua produtividade.

- Eutrofização: a excessiva quantidade de nutrientes fertilizantes que são usados em um ambiente aquático causa a reprodução rápida de algas que podem são prejudiciais à este ecossistema, pois absorvem todo o oxigênio, dificultando a vida dos outros organismos aquáticos, e consequentemente a degradação da água.

- Salinização: é o excesso de sais minerais na cobertura vegetal do solo de áreas áridas e semi-áridas.

- Proliferação de pragas: a umidade possibilita o desenvolvimento de organismos nocivos às áreas de plantações.

- Desperdício: cerca de 60 % das águas usadas nas irrigações são desperdiçadas por meio da evaporação e da infiltração.
QUEIROZ, NETO, J. P. Vegetação – Fator de proteção do solo. In Anais do II Encontro Nacional de Estudos Sobre Meio Ambiente. Florianópolis; UFSC. 1998. p. 273
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